O Governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), durante audiência que concedeu na tarde desta segunda-feira (7) ao amigo e empresário de Jacarezinho, Marcelo Palhares (um dos coordenadores de sua campanha na região), admitiu a hipótese de rever o projeto que cria o curso de Medicina no campus de Cornélio Procópio da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP).

O curso foi autorizado no apagar das luzes da administração da ex-governadora Cida Borghetti (PP), com previsão de investimentos na ordem de R$ 35 milhões. Fontes próximas à Ratinho admitem que, desde o começo, ele vem se mostrando reticente e crítico à correria para garantir a criação do curso ainda antes da eleição numa demonstração clara de manipulação política visando o pleito.

“O governador admitiu que não há dinheiro para dar andamento ao projeto e não está descarta a possibilidade do decreto de Cida Borghetti ser revogado. Pelo decreto, a efetivação da instalação do curso está prevista para 2020”.

Revogação improvável

Em conversa com um especialista em educação superior e membro da equipe de transição do novo governo, ele acha pouco provável que Ratinho Junior revogue o decreto de Cida Borghetti, mas não está descartada a promoção de mudanças no texto que estabeleceu a sede em Cornélio Procópio.

A fonte lembra que a área de ensino superior, antes uma secretaria de estado, se transformou na Superintendência de Ensino Superior, ligada à Casa Civil. O novo órgão terá como principal gestor o atual reitor da Unicentro – Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, com sede em Guarapuava, Aldo de Bona, que deve assumir o cargo nos próximos dias.

Esse mesmo reitor vive situação parecida a da UENP, pois criou o curso de Medicina sem ter estrutura adequada à sua implementação. Neste contexto, na visão do especialista, o máximo que poderia ocorrer é o governo promover alterações no decreto, transferindo a sede do curso de Medicina para Santo Antônio da Platina, que já possui hospital regional e estrutura física, o que reduziria substancialmente o custo de implantação do curso.

Mobilização

Marcelo Palhares, na entrevista por telefone, foi taxativo que a região, independente da escolha da cidade da região da Amunorpi, não abre mão do curso de Medicina e deve amplificar as manifestações da defesa da instalação do curso nesta região do Estado. “É uma questão de dignidade, de respeito ao que o Norte Pioneiro representou no desenvolvimento e consolidação de boa parte do território paranaense”, assinalou.

TEXTO: JORNAL TRIBUNA DO VALE
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